sexta-feira, 1 de março de 2013

Complexo de Inferioridade


Complexo de Inferioridade.

Esta expressão vem sendo banalizada com o passar do tempo. Entretanto, terapeuticamente, é uma síndrome de comportamento, bastante séria e difícil de curar.

Primeiro, só homens têm Complexo de Inferioridade. Assim como só mulheres têm Cleptomania.

Segundo, quando um homem estiver frágil, caído e, chorando, disser que tem Complexo de Inferioridade, alivie-se. Ele não tem. Quem tem não assume. Jamais. Nem sob tortura. 

O Complexo de Inferioridade é assim considerado pois, invariavelmente, quem o tem é um ser superior.

São homens bem-sucedidos, inteligentes, cultos e eloquentes. Vaidosos, charmosos e sensuais, geralmente com aparência harmônica. Articulados e sociáveis, são sedutores e atraentes. Suas parceiras são, quase sempre, mulheres bonitas e/ou vistosas, embora não brilhantes intelectualmente. Trabalhadores, são bem-humorados diante das dificuldades, embora não gostem de perder, sendo rígidos em suas certezas. Assim, possuem uma sensação de onipotência, o que pode lhes valer certa soberba ou arrogância, mesmo que charmosa, ainda que sejam bons amigos.

Com tantas virtudes onde cabe a inferioridade?

Eis o Complexo. Eis a síndrome.

Na verdade o homem com Complexo de Inferioridade possui, em seu íntimo, uma sensação incrível de pequenez, normalmente oriunda desde o nascimento, por se sentir invisível, incompreendido (e, por tabela, rejeitado) aos olhos do pai, geralmente um homem admirável.

De tão antagônica diante das virtudes, tal pequenez é totalmente negada.

"Não é possível que isso exista em mim", eles pensariam, aflitivamente.

Como, de fato, ela existe, geralmente vindo à tona diante da superioridade de alguém que ele goste ou admire muito, normalmente um amigo homem, alguém distante do seu cotidiano, a tal inferioridade leva a uma sensação muito intensa de auto-desprezo, o que promove uma reação instintiva de proteção agressiva, em dualidade com o sentimento de amizade, cujo conflito tenta ser disfarçado, no ato.

Mas, estrago feito. Ele machucou o amigo. E a si próprio, três vezes mais. Quando encarou a própria inferioridade que tanto nega, quando reagiu descontrolada e agressivamente com o amigo querido e pelo medo de perdê-lo.

É bastante dor. Envolta em atormentado círculo vicioso.

A cura estaria (e está) em assumir tal sensação diante dessas pessoas que ele admira e que gostam dele, de verdade. Mas, o medo da incerteza e da rejeição os apavora. Normalmente, se afastam daquele amigo.

Minha experiência pessoal e profissional me deram tal conhecimento.

Diante de um deles, ainda jovem e empresário, eu disse: por que está me agredindo se eu gosto tanto de você?? Devo tê-lo deixado em pior estado.

Ainda gosto muito de todos eles, que se afastaram de mim, e troco, agora, tal conhecimento, pela confissão (e cura) deles, diante de mim.

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