terça-feira, 26 de março de 2013

Quadrado Básico das Relações Humanas

Para que haja sucesso e durabilidade em qualquer relação humana é preciso que sejam obedecidos, periódica e mutuamente, os quatro pontos do diagrama acima, pela ordem.

Verifiquemos a tese em três relações distintas: 
a) Você e um motorista de táxi.
b) Você e um terapeuta.
c) Você e um parceiro (futuro cônjuge, sócio ou os integrantes do seu time de vôlei, no campeonato interno do clube).


1) Objetivos comuns

Sem eles nenhuma das relações acima terá início.

a) Você vai chamar, mas o taxista não vai parar.
b) Você pretende marcar a consulta, mas o terapeuta é holístico, não prescreve remédio alopático e não trabalha no seu horário livre.
c) Você quer casar, o futuro cônjuge quer comprar uma bicicleta.

2) Diálogo

Somente com diálogo, os objetivos comuns ficam expostos e esclarecidos.

a) O taxista parando você diz para onde deseja ir. Se ele conhecer o local e aceitar a corrida, bota o taxímetro pra rodar. Senão, acaba a relação e você sai do táxi.
b) Você ajeita sua agenda, aceita a terapia alternativa indicada pela amiga, mas não sabe o que significa holístico. Com vergonha de perguntar, de desconfiada fica insegura e acaba não confirmando a consulta.
c) O namorado concorda em casar, mas daqui a dez anos. Ou chegam num acordo para dez meses ou o casamento dança e a bicicleta ganha.

No primeiro lado do Quadrado estão estas duas etapas. Sem acordo nestas, as relações tentadas terminam aqui.
Caso contrário, as duas próximas fases são:


3) Comprometimento

Uma vez havendo objetivos comuns expostos claramente, um acordo fica selado.

a), b) e c) Todos esperam e contam que o combinado e aceito será cumprido. Mutuamente.
Esse é o trajeto, numa viagem.
Quando já saiu de casa e ainda está longe do destino.

4) Fidelidade

Apenas ocorrendo os três itens anteriores,

a) Você relaxa, enquanto lê seus emails, e acredita que o taxista vai deixá-lo no destino, sem desistir no meio ou rodar meio mundo. E o taxista relaxa, enquanto guia, pois acredita que você vai pagá-lo no fim da corrida.
b) Você relaxa, enquanto lida com o que consegue, acreditando que o terapeuta possa lhe transmitir confiança, explicar e ajudar naquilo que não consegue. E o terapeuta relaxa, enquanto atende aos outros clientes, acreditando que também possa lhe ajudar, supondo que você vá seguir as orientações indicadas.
c) O futuro maridão relaxa, enquanto sai com os amigos pra jogar pôquer, e crê que você não vai engravidar antes da hora. E você relaxa, enquanto investe no enxoval, pois crê que o noivo não vai deixá-la plantada no altar, daqui a dez meses.


Nenhuma relação humana escapa da fé.

Tudo dando certo, todos poderão renovar seus respectivos relacionamentos, continuamente. 


Já separei casais, com filhos, que não brigavam, tampouco dialogavam, por falta de tempo, cansaço ou preguiça, provocados por mútuo excesso de trabalho e, sem que soubessem, tinham objetivos completamente diferentes em relação ao futuro da família. Separações amigáveis.

Já rejuntei vários casais que brigavam por qualquer coisa, mas que, dialogando, diante do Quadrado Básico das Relações Humanas (QBRH), perceberam que ainda tinham muitos objetivos comuns. Esquecidos desde o namoro. Assim, se comprometeram a cumpri-los, cada um exercendo a sua parte da empreitada e confiando que o outro fizesse a mesma coisa. Reuniões amigáveis.

Já rompi com clientes e revigorei terapias revisitando os quatro pontos do QBRH.

Meu primeiro relacionamento terminou, após catorze anos, e estou casado, pela segunda vez, há dezesseis, pela checagem periódica e mútua dos quatro vértices do QBRH. Sem parar pra discutir a relação, que é chato pacas, mas de forma tácita, velada. Contudo, atenta.

Devemos reagir diante dos hipócritas - atendentes de SAC de monopólios e políticos em geral, por exemplo - porque jamais teremos objetivos comuns, tampouco diálogo.

Portanto, jamais haverá comprometimento e fidelidade.

Nesta ordem.

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