quinta-feira, 29 de maio de 2014

Do pó ao pó


Em ebulitivo ano de Copa e urna, quando tudo pode dar muito errado, de Leonardo Boff a Luciana Gimenez, tenho assistido a discussões sem fim, de opiniões a convicções, envolvendo valores e conceitos, com tendência maniqueísta, sobre diversos assuntos, devidamente insuflados por todas as mídias e redes.

É um tal de esquerda e direita, centro-esquerda e centro-avante, governo e oposição, reacionários e pós-alienados, SUS padrão-Fifa, ditaduras, petistas e tucanos, Petrobrás e Ericsson, democracia x capitalismo, elite x bolsistas, mensaleiros e Barbosa, organizações de classe e vagabundos sabotadores, estádios e legados, black-blocs e bananas ao pardo, para todos os macacos que somos, com recalque-ostentação.

Não sei se é porque sou observador por profissão e lido com gente, diariamente, que me impressiono quando percebo que a maioria esquece de um fato simples, anterior a essas discussões:

Toda e qualquer organização, teoria ou conceito foi criação do homem.

Da filosofia que busca entender a vida, à bomba atômica que a extermina.

Humanos com valores tão individuais quanto mutantes, influenciados pelo ambiente e o momento em que se encontram, que se fortalecem em grupos organizados, a fim de que alcancem a progressiva sensação de conforto e bem estar.

Assim deixamos de fumar em aviões, passamos a usar cintos de segurança nos automóveis, não namoramos com quem "ficamos", trocamos o grande LP pelo pequeno HD e todos consumimos mais de um telefone inteligente por habitante, em média. Tudo isso em apenas 20 anos.

Foi o homem que criou tudo o que hoje consumimos, discutimos, comungamos e atacamos.

E é o homem que vai recriar.

Então, da forma como eu vejo a coisa, pra ajeitar o caos, devemos, apenas, estar atentos aos homens e não aos conceitos.

Assim sendo, de carona na esperança do hexa, até as urnas, na hora de escolher, todo cidadão deve, apenas, estar atento à índole e ao propósito daqueles que têm o poder e a responsabilidade de mudar as coisas. Incluindo-se.

Enquanto o propósito for materialista, sob a má índole da ganância permanente, prefiramos o apocalipse.

Now!


ÍNDOLE: s.f. Reunião de características e particularidades do indivíduo que estão presentes desde o seu nascimento; caráter. Figurado: Propensão natural, disposição, inclinação, gênio, temperamento, etc.

PROPÓSITO: s.m. Grande vontade de realizar e/ou alcançar alguma coisa; desígnio: este é meu propósito de vida. O que se quer fazer; aquilo que se tem intenção de realizar; resolução.