quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ordem e Progresso

O país mais jovem entre os 10 mais ricos, sem identidade definida por também ser o mais plural do mundo, é direito pelo avesso do avesso.

Enquanto um dos seus quatro símbolos oficiais, republicano e constitucional, anuncia Ordem e Progresso, parece-me que praticamos o Progresso e, só então, lutamos pela Ordem.

Vocação para o escracho, desde Dom Pedro?

Não sei, sinceramente.

O fato é que nos acostumamos a subverter uma pelo outro.

Em nome deste Progresso:

Desmata-se para produzir comodities, alimentos e divisas. E envenena-se para combater pragas.

Abaixa-se o IPI de produtos caros, de consumo, disfarçando a altíssima carga tributária que permanece embutida. E mantem-se uma burocracia enorme para empreender.

Jorra-se, hoje, o crédito popular aos ignorantes incautos, que não sabem o que significa juro composto, para, amanhã, permanecer dominando os devedores, que ficarão reféns,  aguardando o perdão da dívida, pré-programado desde o início. Pseudo-socialistas-populistas planejam assim.

E, obviamente, tenta-se perpetuar esse esquema colocando-se o poder político, em detrimento do mérito, em todas as repartições públicas e mistas, nos três poderes. E na mídia. Desunida e subversiva.

Enquanto permanecermos "Progredindo" (consumindo e pagando os carnês), vista grossa ao cenário.

Vai custar caro botar tudo em Ordem.

Mas, finalmente, verás que um filho teu não foge à luta!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Memória Associativa

Quando vivemos uma experiência marcante, positiva ou negativa, normalmente ela permanece associada a coisas, pessoas ou circunstâncias que estavam presentes durante o fato.

Eu lembro exatamente onde estava, Av 23 de Maio, na altura do Edifício da IBM, quando liguei o rádio e ouvi, na CBN, que houvera os atentados às torres gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001.

Minha primeira mulher estava de costas e de minissaia branca (ou seria amarela?), no dia em que a vi, pela primeira vez, em 1982. E ouvia Teatro dos Vampiros, da Legião Urbana, enquanto me arrumava pra sair, pela primeira vez, com a segunda mulher, há 15 anos.

Também me lembro da música que ouvia, Photograph, de Ringo Star, quando o pai de amigos teve um acidente grave, cortando a grama da própria casa. Fazia sol, eu estava à beira da piscina, e ele se socorreu de uma toalha branca.

Eu tinha 11 anos. Demorou mais do que isso pra voltar a ouvir a música sem me lembrar das cenas.

Outras situações, mais sofisticadas, positivas ou negativas, marcam demais as pessoas e coisas em volta do acontecimento a ponto delas ganharem mais importância do que o fato em si. Tal associação é nociva.

Num exemplo, algumas mulheres descobrem a sua sexualidade com determinado parceiro, um namoradinho recente. Daí passam a associar aquela sensação ao sujeito, a ponto de achar que, sem ele, não obterão mais a tal sensação. Colam no cara-que-é-só-aquilo e, normalmente, sofrem.

Noutro, durante uma transição importante da vida, como uma separação no casamento, ou uma demissão e recolocação no mercado de trabalho, surge uma pessoa nova que, gentil e amorosamente, ajuda no processo. Juntando-se à fragilidade, vulnerabilidade ou carência do fato em si, receita pronta para uma conexão afetiva exacerbada.

Normalmente, tais vivências devem ser individualmente percebidas e suas lições aprendidas, e não associadas a pessoas ou situações que envolveram o caso.

Nestes casos, a memória associativa faz com que a experiência interna, que seria rica à maturidade e crescimento, fique de fora, pendurada em algo ou alguém. Daí o apego.

Tal qual um amuleto.

(Pessoas também podem ser agentes da nossa sorte. São espécies de anjos, mas com outro tipo de amor. Passageiro.)

sábado, 20 de outubro de 2012

Eu sou!

Expressão que parece simples, mas que esconde, sutilmente, um dos maiores desafios da vida.

Quando você diz eu sou, em tese, está manifestando uma verdade.

Fica fácil quando a afirmação, além de verdadeira, pode ser constatada externa e concretamente.

Eu sou branco. Eu sou homem. Eu sou brasileiro. Eu sou marido. Eu sou filho. Eu sou pai. Eu sou irmão. Eu sou amigo.

Mas, e quando a afirmação denota verdades relativas? Ou, são verdades internas e abstratas?

Eu sou bonito. Eu sou cidadão. Eu sou ético. Eu sou sensitivo. Eu sou fiel. Eu sou amoroso. Eu sou rico. Eu sou forte. Eu sou bom. Eu sou normal. Eu sou heterossexual. Eu sou alto. Eu sou universalista. Eu sou religioso. Eu sou otimista. Eu sou justo. Eu sou honesto. Eu sou sensível. Eu sou capaz. Eu sou democrático. Eu sou trabalhador. Eu sou verdadeiro. Eu sou o ungido.

A verdade do que se diz, na maioria das vezes, se não é percebida, é relativa ou precisa ser demonstrada.

Talvez por isso, a maioria da humanidade se apegue às suas origens. Raça, gênero, família, conterrâneos e amigos. A verdade conforta e tranquiliza.

Talvez por isso, a maioria dos hipócritas se cale publicamente. A não ser quando se dirige aos tolos ignorantes, como alguns políticos molestadores de inocentes, por exemplo.

Talvez por isso, a maior crise da humanidade seja de confiança.

Ainda bem que a palavra mal dita (e maldita) tem peso sobre quem a diz. Nesta vida ou na outra.

Pois, para Ser, de verdade, é preciso Pensar, Falar e Agir, coerentemente.

domingo, 7 de outubro de 2012

Missão cumprida

Pode haver a próxima, amanhã.

Mas, hoje, dormirei com a certeza de ter cumprido todas as missões que me couberam.

Pois, dos 50, desde os 33 anos, diária e conscientemente, pratico o que pediu meu irmão Jesus.

Eu amo ao meu deus, acima de todas as coisas.

Essa máxima tão sofisticada e incompreendida, cheia de conceitos e preconceitos, significa apenas que me conheço profundamente.

Tanto as deficiências quanto as excelências.

E aceito todas.

Na prática, me perdoo onde não sou bom e me exijo onde sou.

Não pretendo ser o que não sou e não sonego o que devo ser.

E como não sou da geração que vai assistir ao Reino de Deus na Terra, mas meus filhos e netos, sou pleno por tê-los ensinado assim.

São os próximos, como a mim mesmo.

sábado, 6 de outubro de 2012

Mateus na terra, astros no céu

Ao lado, joio e trigo.

A semelhança, por fora, é total.

Mas, por dentro, o joio é vazio. Um falso trigo.

Não vale nada. Não alimenta ninguém. É praga.

Por ser venenoso, precisa ser separado, antes da colheita, pra não estragar todo o trigo.

Saturno em Escorpião desde ontem, Netuno em Peixes desde fevereiro e Plutão em Capricórnio desde 2008, são três aspectos incomuns, ainda mais raro quando ocorrem juntos, que anunciam, no céu, aquilo que deve acontecer na terra, e que é conhecido como a separação do joio e do trigo.

Na prática, até 2015, quando Saturno sair de Escorpião, para que aja substancial evolução em nosso planeta, através das ações dos que estiverem no poder e tiverem autoridade, em todas as áreas, a mentira será mais facilmente identificada, e separada, da verdade.

O discurso deverá ser praticado. Ou, dito de outra forma, o verbo deverá se fazer carne.

Sendo que, a verdade, seguindo o silogismo aqui posto, não estará aparente, mas dentro de cada um.

No Eu Interior. Na alma. No espírito. No Seu Deus.

Aquele, que Jesus mandou amar, acima de todas as coisas.

E que, graças a Netuno, domiciliado em Peixes, será mais facilmente percebido e externado.

Só quem tiver trigo vai fazer o pão.

Ou, pra homenagear o velho Saturno, vamos ver quem tem garrafa vazia pra vender.

Aleluia!

É o estertor da hipocrisia.

É a agonia da falsidade.

É moribunda a ilusão.

No Evangelho de Mateus isto se daria no juizo final. Ou, no final dos tempos.

E não é que os Maias tinham razão!

Salve 2012!


(OBS 1: Cizânia é outro nome dado ao joio. Significa discórdia, discussão, briga, confusão. Ou você acha que os falsos e venenosos hipócritas vão abrir mão do poder, sem lutar? Não só Mateus, mas João, no Apocalipse, também tinha razão, afinal.)

(OBS 2: Uma vez lida a OBS 1, imagine as eleições pra presidente do Brasil, em 2014.)

(OBS 3: Até lá, espero que a OBRA possa apoiar, abertamente, algum candidato.)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Seleção Brasileira de Anjos

Netuno (aqui ao lado) na Casa 12 (ali, abaixo).

Quem tiver este aspecto em seu Mapa Astrológico Natal, gostaria que se apresentasse.

Como terapeuta holístico e astrólogo pretendo reuni-los e ajudá-los.

Não está cansado de ser chamado e tratado como maluco? Senão de frente, pelas costas?

Não está cansado de entender todo mundo e ninguém lhe entender?

Não está cansado de padecer de angústias e caminhar sem respostas?

Bem, na verdade:

Você é poderoso, espiritualmente. Sofre e tudo trava se não souber explorar isso.

Você nasceu um Número Primo. Na vida, sente-se sozinho. Você e Deus.

Você é um anjo, embora possa estar agindo diabolicamente. Há perdão e solução prontos.

Apresente-se.

Vou ajudá-lo a por ordem no caos e renascer da própria luz.

zepitombo@gmail.com.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

De "Diniz" a Assis

Hoje é comemorado o dia de São Francisco de Assis, pelos católicos.

Dia seguinte da sua morte, 3 de outubro de 1226.

Antes de ser de Assis, ele era uma espécie de Francisco Diniz. Filho do comerciante mais rico da região.

Naqueles tempos, para um jovem burguês-mauricinho da classe AA, lutar nas Cruzadas era um símbolo importante de status, em vários níveis.

Oferecer sua presença pessoal, seu poder e riqueza, estruturados em guarida à comitiva e cavalaria, com  armaduras e armas,  a fim de conquistar ou proteger a terra santa, seguindo a vontade de Deus.

Se o nobre fosse, o pobre também iria. Tal conduta animava os desvalidos.

Na primeira Cruzada que participava, franzino que era, um ferimento mínimo, como uma flechada na bunda, o tirou da jornada e fê-lo voltar pra casa.

Sentindo-se humilhado, acamado por um ferimento ridículo, praguejou sua condição por dias, envolto em lençóis de linho, em sua cama king, abanado por mucamas, no seu amplo aposento, um dentre muitos do castelo feudal.

Pensava e maldizia o quão azarado era por estar ali, sozinho, enquanto todos os seus amigos, do bairro e da FAAP, lutavam em nome de Deus e nosso senhor Jesus Cristo, conquistando terras e honrarias.

Diariamente, enquanto lamentava, mais e mais pássaros entravam em seu quarto, pousavam no pé da cama e cantavam. A cada dia, mais pássaros, cantando cada vez mais alto.

Até que, irritado, antes de dar um pití-arrogante e espantá-los, parou e pensou:

"A missão divina essencial de todo e qualquer pássaro é voar e cantar.
Se não é estar naquela Cruzada, qual será a minha missão divina essencial, agora?"

A fim de descobrir a resposta, devolveu ao seu pai, ultrajado, seus trajes de luxo, mas não essenciais, despojando-se inclusive do sobrenome que lhe auferia valor e, nu, saiu à rua, em peregrinação, dizendo: de hoje em diante serei Francisco, de Assis, sua cidade.

(Ainda bem que ele não morava em Vladivostok. Ou, Itaquaquecetuba.)

Rapidamente envolto por um cobertor amarrado à cintura, indumentária atribuída aos Sacerdotes da Ordem Franciscana até hoje, logo compreendeu que a união de forças opostas é o segredo para a paz, o equilíbrio e a plenitude. Da grande riqueza ao despojamento total.

A oração atribuída a ele decanta essa máxima, pedindo que sejamos agentes da ordem e da paz, levando amor onde houver ódio, perdão onde houver ofensa, verdade onde houver erro, luz onde houver trevas e alegria onde houver tristeza.

Embora a maioria se omita de grandes atos, ainda levamos água para apagar o fogo incendiário, ainda lançamos boias aos afogados, ainda damos pão aos que têm fome.

("Compaixão é fortaleza. Ter bondade é ter coragem", diria, com razão, Renato Russo, um católico assumido.)

Tão poderosa foi a sua pregação e o resultado do encontro com a sua predestinação - um alquimista nas palavras e nas ações, em nome de Deus - que a Igreja Católica Apostólica Romana autorizou que houvesse uma ramificação Franciscana em sua instituição. O que não é pouca coisa.

Claro que, nesta hora, seu pai-Diniz ajudou.

É meu profundo e sincero desejo, neste mundo em que vivemos, que todos os (muito, muito) ricos parem e pensem, a fim de que utilizem todo o seu poder e fortuna para gerar equilíbrio e paz, em nome de todos os irmãos terrestres.

Pois, é dando que se recebe.