sexta-feira, 27 de abril de 2012

Poema às minhas crianças














Criança que não sei se fui
Pensar em ter, não pensava
Talvez porque me entender buscava
Por caminhos que, ignorava,
Sem ser criança não se conclui.

Como visita de colibri que não se espera
Quando vi criança eu tinha
De imediato vi que sorte a minha
Eram três a anunciar que vinha
Um novo tempo tal qual primavera.

Assim floresceu minha percepção
Da criança que não tinha sido
Do menino sério e exibido
Que por nunca haver caído
Jamais viu a vida do chão.

Onde pra criança tudo parece grande
O que pra mim era ação aleatória
Pra elas um simples passo é vitória
E a primeira palavra é história
A presença delas me expande...

E como me veria agora?
Afinal as crianças que eu tinha
Poderiam despertar a minha
Que tímida temia ficar sozinha
Ou será que tinha ido embora?

Despertaram em mim a grandeza
Mas minha criança eu perdi
E se não posso oferecê-la a ti
Perdoe-me porque cresci
E obrigado por tua leveza.

Um beijo do papai.
4/4/00


Ofereço esse poema a todos os pais responsáveis que, separados dos seus filhos, sofrem.

4 comentários:

  1. Amo esse poema, pai.

    É muito lindo.

    Tenho guardado na gaveta.

    Beijo,

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  2. (Fiquei com um leve ciúmes)

    É lindo mesmo, pai!

    Te amo!

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  3. Oi Pitombo.
    Lindo poema...pensei no meu namorado...ele tb tem gêmeos, a Bia e o Alex e mais um caçula o Henrique.
    Vou mostrar para ele.
    Realmente...lindo!
    Bjks
    Pati

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