sábado, 7 de dezembro de 2013

O Primeiro



O Brasileirão 2013 termina amanhã.

O que ficará na memória não será o título do campeão, o Cruzeiro. Além de fácil na bola, foi manchado por cocaína, impunemente.

Tampouco será um craque, ou um jogador-revelação-de-verdade, ou uma boa bandeirinha linda, ou uma goleada histórica.

Nenhuma surpresa.

Nem o fato de ter sido um dos campeonatos mais fracos da história, tecnicamente.

O BR 13 vai ser lembrado pelas manchetes abaixo:


12/08/2013 - 08h12, Em 13 jogos, São Paulo tem metade dos pontos do Corinthians rebaixado,  Do UOL, em São Paulo


14/08/2013 - 11h00, São Paulo precisa de 45% dos pontos a disputar para não ser rebaixado, Guilherme Palenzuela, Do UOL, em São Paulo 


16/08/2013 - 12h07, São Paulo já é pior que lanternas dos últimos Brasileiros, RAFAEL REIS, DE SÃO PAULO  ALINNE FANELLI, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA.

E essas foram apenas algumas manchetes duma mídia então sedenta de algo surpreendente e chamativo. Três manchetes em 5 dias. Nada era mais importante de ser dito, naquele momento, no campeonato brasileiro de futebol, série A.

De padarias a confrarias, de segunda a segunda, de todas as formas, de todos os meios.

Um amigo querido e jornalista esportivo sério, me disse num jantar que, em todos os lugares em que esteve pelo Brasil, quando o São Paulo estava no Z4, perguntou para todos que encontrava: "você prefere que seu time seja campeão ou que o São Paulo caia pra segunda divisão?

Todos escolheram a segunda opção.

O São Paulo Futebol Clube não caiu para a Série B. Passou longe, na verdade, apesar dos desejos e manchetes.

Mesmo dirigido por um bufão e com um time horrível - exceção ao Rogério e ao Ganso - por que tanta euforia e desejo unânime de vê-lo cair? Por que todos escolheriam a queda do tricolor paulista a um título da própria cor?

A resposta é simples, cantada em nosso hino, mas agora comprovada, definitivamente, por todos os outros torcedores, de todos os outros clubes:

"Entre os grandes, és o primeiro."

O legado do Brasileirão 2013.

(Neste Natal, dê um presente definitivo ao seu filho pequeno, enquanto é tempo. Faça dele um são-paulino. É fácil, o uniforme do Papai Noel já é tricolor.)

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