domingo, 20 de maio de 2012

Criatura (muito) melhor que o criador

Ontem, assisti A Rede Social, a história do facebook.

Usuário dessa rede social há apenas 40 dias, logo constatei que o seu lado bom está em reunir e facilitar a comunicação entre as pessoas. Encontrei algumas, queridas, sem nenhum contato há mais de 15 anos.

Mas, vendo o filme, acho que o facebook é o caso clássico onde a invenção é muito mais importante do que o seu inventor.

Assim como foi com a penicilina, o primeiro antibiótico aplicado com sucesso na medicina, descoberta, sem querer, por Alexander Fleming, em 1928.

O cara do facebook é como o pinto, aí em cima. Se não fosse ele, teria sido outro. Logo e ao lado.

O bolsista nerd, super-chato, arrogante e sem nenhuma inteligência emocional, focado em ser aceito naquelas fraternidades americanas, sectárias e idiotas, conseguiu ser grosseiro e encher o saco da sua namorada, num bar, a ponto de ser rejeitado por ela, que terminou o namoro. Fujão, solitário e todo bravinho, corre pro seu quarto, começa a beber na madrugada e usa a sua única excelência, reconhecida pela ex-namorada, inclusive - programador de computador - MAS NÃO SEM A AJUDA DE UM ALGORITMO CALCULADO PELO (ÚNICO) AMIGO, BRASILEIRO - pra roubar dados e invadir arquivos, para propósito revanchista e competitivo.

O sucesso se deu porque todo e qualquer jovem, sozinho, num campus universitário, deseja se sentir incluído, curtir e compartilhar. Aliás, não só os jovens desejam. Sem querer, ele criou uma ferramenta pra isso.

Pra virar bilionário, copiou a ideia e enganou terceiros. Hipócrita, não quis ganhar dinheiro com a "sua" invenção, mas precisou do dinheiro do mesmo e único amigo, brasileiro, para viabilizá-la. Como todo jovem imaturo, se deslumbrou e se identificou com o glamour de outro nerd de sucesso, mas "incompreendido e vítima de perseguição", que o ajuda a dar um tremendo golpe no mesmo, melhor e único amigo, brasileiro, retirando-o da sociedade por inveja e ciúme. Nos tribunais, expeliu sarcasmo, soberba, desrespeito e mentiras.

Tudo isso pra chamar a atenção daquela namorada, da primeira cena do filme!
Intenção mantida até a última cena, quando jé é milionário. (Pronto, contei o fim.)
O cara permaneceu, solitário e orgulhoso, mergulhado na Síndrome de Rejeição.

Putz! Como um cara desses é bajulado? Como pode ser ídolo de alguém ou servir de referência? Só porque é rico?

Não sei quais são os valores nos quais as pessoas estão erguendo e mantendo as suas vidas, mas me sinto realizado, como brasileiro, em ter outras fortunas e ter formado os meus filhos com elas.

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