O de casar, ter filhos e consolidar um patrimônio familiar é um dos mais importantes à mulher jovem e solteira.
Com o passar do tempo, eventualmente aflita por achar que vai "ficar pra titia", ela encontra o boneco.
Um cara que a deseje, compartilhe e seja capaz de estruturar, construir, manter e proteger aquele sonho dela.
Com apenas um pequeno e único detalhe: ela não está apaixonada pelo boneco.
Ela se sente segura por estar confiante que ele a ama, incondicionalmente, e é capaz de dar a ela o que sempre desejou.
Ela se sente segura por estar confiante que ele a ama, incondicionalmente, e é capaz de dar a ela o que sempre desejou.
Daí, após alguns anos de namoro, aflita pelo relógio biológico, essa mulher faz uma lista com 1.458 itens que demonstram e justificam que casar com o boneco é o certo a fazer. Amigas íntimas, nenhuma do signo de Escorpião, com medo de contrariar tanta certeza, concordam com ela.
E a moça se casa.
E se esquece que não havia paixão.
Poucos anos depois, mãe de uma menina de 5 anos, mais ou menos, ela se apaixona por um outro homem. Pega de surpresa. Desarmada. Inevitavelmente.
Maduro, experiente, que a lê por dentro e que a fez perceber o quanto faltava em sua vida: liberdade, alegria e paixão. Esta última em muitas áreas da vida, a esta altura. Trabalho, vida social, lazer...
De alguma forma essa mulher se envolve com o outro. E de uma paixão, percebe que está amando. Como nunca antes.
Assim, nasce o conflito.
"Troco os planos do passado, a família construída, os sonhos seguros do porvir por um grande amor?"
"E se este grande amor não der certo amanhã? Perco o passado e o futuro."
"Eu deveria ter continuado casada! Eu deveria ter pensado melhor! Eu deveria ter me conformado com a boa vida que tinha!", ela imagina, aos prantos e incertezas.
O futuro do pretérito é uma conjugação que anula o presente.
Quando o conjugamos demais, criamos as dúvidas, e o medo do futuro se instala. Daí, o matamos.
Logo, o presente vai continuar a mercê do passado. A única referência segura que temos de nós mesmos.
É muito provável que essa mulher retorne ao marido, ao filho e à família.
E aguarde o pretérito se transformar em mais que perfeito, antes de acreditar num futuro do presente.
(Amar, sem dúvida alguma, é um ato de fé.)
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