quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Há Saltos. Sempre.

Hoje, fui assaltado.

Itaim, 8h30, padaria, mesa na calçada, a uma quadra da 15ª delegacia de polícia.

A mão armada, relógio e aliança.

Do meu amigo o cara não levou nada. Ele estava sem relógio, mas é aliançado.

Nem me alterei, porque pressenti quando o cara com capacete acelerou o passo na minha direção, às costas do meu amigo, com o braço estranhamente junto ao corpo, escondendo uma Beretinha, calibre 22.

Tudo rápido. A aliança saiu de primeira, apesar de 15 kg mais pesado desde que a pus. Voltei ao café com pão à minha frente.

Meu amigo há anos, sabendo que trabalho com terapia holística, luz e sombra, etc, perguntou: "E daí, Zé?", sugerindo, eventualmente, que houvesse algo esotérico a ser dito.

Moramos em São Paulo, meu caro! - respondi.

Nem tudo é preto no branco.

Muitas vezes os fatos são decorrentes do ambiente onde se vive.

Dono de apiário que leva picada de abelha jamais vai achar que foi por azar, olho-gordo, etc.

Nem raiva do cara eu senti... Vivemos numa cidade onde há muitas diferenças sócio-econômicas andando, comendo e dormindo, na mesma calçada. Estamos sujeitos ao tal sujeito.

Na maioria dos livros teosóficos, de uma forma ou de outra, está escrito: "Orai e vigiai".

Sugiro que não se alimentem em calçadas em São Paulo, coisa que não faço, hoje não tive opção, lá dentro estava cheio.

Porque vigiar enquanto se come tira a graça do programa.

No pulso, o relógio novo, da mesma marca do afanado.

No dedo, só se foi o anel, permaneço casado de corpo inteiro.

Quando a vida trucar, peça seis, e siga apostando no que acredita.

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