Hoje, fui assaltado.
Itaim, 8h30, padaria, mesa na calçada, a uma quadra da 15ª delegacia de polícia.
A mão armada, relógio e aliança.
Do meu amigo o cara não levou nada. Ele estava sem relógio, mas é aliançado.
Nem me alterei, porque pressenti quando o cara com capacete acelerou o passo na minha direção, às costas do meu amigo, com o braço estranhamente junto ao corpo, escondendo uma Beretinha, calibre 22.
Tudo rápido. A aliança saiu de primeira, apesar de 15 kg mais pesado desde que a pus. Voltei ao café com pão à minha frente.
Meu amigo há anos, sabendo que trabalho com terapia holística, luz e sombra, etc, perguntou: "E daí, Zé?", sugerindo, eventualmente, que houvesse algo esotérico a ser dito.
Moramos em São Paulo, meu caro! - respondi.
Nem tudo é preto no branco.
Muitas vezes os fatos são decorrentes do ambiente onde se vive.
Dono de apiário que leva picada de abelha jamais vai achar que foi por azar, olho-gordo, etc.
Nem raiva do cara eu senti... Vivemos numa cidade onde há muitas diferenças sócio-econômicas andando, comendo e dormindo, na mesma calçada. Estamos sujeitos ao tal sujeito.
Na maioria dos livros teosóficos, de uma forma ou de outra, está escrito: "Orai e vigiai".
Sugiro que não se alimentem em calçadas em São Paulo, coisa que não faço, hoje não tive opção, lá dentro estava cheio.
Porque vigiar enquanto se come tira a graça do programa.
No pulso, o relógio novo, da mesma marca do afanado.
No dedo, só se foi o anel, permaneço casado de corpo inteiro.
Quando a vida trucar, peça seis, e siga apostando no que acredita.
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