sábado, 15 de dezembro de 2012

Parentes Distantes

Dizem que temos, no mínimo, 5 gerações de antepassados em nosso DNA. Tanto de pai quanto de mãe.

É gente à beça.

Convivemos com a minoria. Tanto do passado quanto no presente.

Apesar de distantes, guardamos lembranças.

Beijei na boca quase a metade das minhas primas-irmãs, por parte de pai. Pudera, eram lindas, crescemos juntos, sabe como é...

Até que namorei uma delas. Dois anos.

Adolescentes, foi uma experiência sensacional. Em todos os sentidos.

Ela tinha um irmão, obviamente meu primo-irmão, que comia cebola crua como se fosse uma maçã e tomava cerveja em cima. Depois disso, conversávamos. 

Isto, sim, é prova definitiva de amizade.

Falávamos sobre tudo, geminiano que é. Gênio em exatas, lia enciclopédia como se fosse revista e era músico de ouvido. Bateria e piano. Nesta ordem.

Teimoso, negava até a morte que estivesse bêbado, tentando se manter de pé, diante de mim, enquanto seu chapéu de cowboy batia no meu, de lorde inglês, a cada minuto, numa festa à fantasia.

Festa em que estavam outros primos. Irmãos também.

Festa que fazíamos, como DJs. Mixer Quasar.

Fitas que gravávamos, de programas que criávamos, duma rádio fictícia, animando aniversários de outros primos. Todos irmãos.

Filmes que escrevíamos, com roteiros inspirados pelas músicas progressivas de Emerson, Lake and Palmer.

Fumamos pacas!

Creio que o primo-irmão-cunhado gostava que eu namorava a irmã dele. Mas, isso jamais foi consenso entre os outros primos-irmãos. 

Ela, a prima-irmã-namorada-rainha-da-festa, pela exuberância que tinha, também tinha uma irmã. Outra prima-irmã-não-beijada.

De um lado, comia todas as batatinhas fritas, no almoço, deixando nenhuma pra ninguém. De outro, era e é generosa de se doar. Inclusive espiritualmente, embora inconscientemente.

Tenho muitas lembranças dos meus primos-irmãos paternos, que foram doze, embora tenha citado apenas os três com quem mais convivi. Todas boas. De todos. 

Hoje, pelos rumos da vida e dos DNAs, somos distantes. E não sinto a falta deles.

Porque vivi o que tínhamos pra viver, nos seus tempos.

E a memória, levarei comigo.

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