domingo, 11 de janeiro de 2015

Je suis la vie

Assistindo aos fatos em torno dos atentados desta semana, na França, o primeiro no sétimo selo, ou melhor, dia de 2015, não pude deixar de associar ao post 2015, Ano de Marte, que publiquei em 27 de dezembro último.

Previsões só são válidas quando vêm antes dos fatos, com tanta clareza quanta coragem.

Assim como nas últimas eleições à presidência do Brasil, o maniqueísmo se levantou na França.

Processos reacionários maniqueístas podem ter, no máximo, 50% de razão.

Matematicamente, tais conflitos são infinitos. Exatamente como têm sido.

Aqui nesse blog, são dezenas os posts onde tento demonstrar que tudo bem ser dual, pois Deus é dual. Olhe pra cima, numa noite sem nuvens, nem Lua, e verá o universo composto apenas de duas coisas: luz e escuridão. Duais (opostos) entre si.

Assim sendo, se a criação é dual, a vida é dual, conforme a genial ilustração da composição do Yin-Yang, que roubartilhei do facebook.

E se assim é, o desafio da vida plena - não só equilibrada, em paz, como deseja a maioria - é perceber o "mal" que nos habita e trazê-lo ao convívio com o "bem".

Numa guerra oficial e declarada, diante dum inimigo que pretende matar a mim e aos meus, eu o matarei antes. E ganharei medalhas por isso. Logo, nesse caso, o meu lado mal (que mata) protegeu as pessoas que quero bem (pois amo). Poderei me sentir pleno, mas, talvez, jamais em paz...

"Vida x Morte" é a dualidade extrema.

Lamentavelmente, é preciso que haja mortes chocantes para que prestemos atenção nesse desafio sofisticado de "amar os nossos inimigos".

Pois, pela dualidade, o antônimo de "mortes chocantes" é "vidas brotantes". Do ovo quente e chocado nasce vida. De pintinho loirinho a urubu negão.

Mas, na França, assim como no Brasil, não assistimos a vidas brotantes, mas maniqueísmos reacionários, portanto, antagônicos e incoerentes. De Jean-Marie Le Pen a Leonardo Boff. De Dilmas Vermelhas a Aécios Azuis, sem trégua no Branco. Dos que "têm" e dos que "não têm", mas que quando passam a ter, ostentam tanto quanto os que tinham. Da periferia ao poder. De MC Guimê a Zé Dirceu.

Na minha opinião, como um ser holístico, muito mais do que apenas um terapeuta holístico, precisaríamos reunir esforços para aproximar as forças opostas, os extremos. Eles devem se encontrar para pactuar um bem maior, para que ambos possam brotar, crescer e se desenvolver. Unidos para sempre.

Assim como ocorre com um zigoto, união dos opostos X e Y, zóide e óvulo, cuja charge é semelhante ao Yin-Yang.

"Zé, não seja um sonhador! O que você deseja é utópico, jamais acontecerá!", ouço, de amigos, há mais de quarenta anos...

A resposta sempre foi (é agora e sempre será) a mesma, mesmo quando só pensei, não falei, e continuei andando, e fundando a OBRA.

(Você nasceu de uma utopia, meu semelhante.)


Je suis la vie = Eu sou a vida.


Um comentário:

  1. Oi, Fiver!
    To aqui me atualizando dos seus textos no blog e achei esse sensacional.
    Só queria te dizer...
    Amo!
    beijos

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