terça-feira, 10 de setembro de 2013

e-xistência



Champignon, baixista da banda Charlie Brown Jr, morava na minha rua. Fim do “Morumbi”, quase no Taboão da Serra. Periferia da cidade de São Paulo.

Ele poderia ter se suicidado pelo trânsito que é sair e entrar no bairro. Eu entenderia.

Ou, por ser roqueiro,  poderia ter se suicidado vendo tanto sucesso de gêneros, músicas e músicos medíocres. Eu também entenderia.

Contudo, Peu, Chorão e Champignon se suicidaram por desesperança.

Sendo eu um existencialista, não entendo, mas reflito.

“Se Deus não existe, tudo é permitido?”

Essa citação foi parafraseada do último romance de Fiódor Dostoiévski, um importante existencialista russo, Os Irmãos Karamazov, de 1.881.

Fundador do Existencialismo, o dinamarquês Søren Kierkegaard “sustentava a ideia de que o indivíduo é o único responsável em dar significado à sua vida e em vivê-la de maneira sincera e apaixonada, apesar da existência de muitos obstáculos e distrações como o desespero, a ansiedade, o absurdo, a alienação e o tédio.

Os existencialistas em geral, embora divirjam nas doutrinas, “partilham a crença de que o pensamento filosófico começa com o sujeito humano, não meramente o sujeito pensante, mas as suas ações, sentimentos e a vivência de um ser humano individual.”

A desesperança, estado básico dos suicidas, roqueiros ou não, é resultado da falta de fé.

A fé é determinada por ações apoiadas numa certeza interna, íntima, não necessariamente justificada por fatores externos palpáveis.

Como o amor.

Está faltando amor e fé à humanidade. Não só aos roqueiros.

Pois Deus existe, e a vida é a aventura de percebê-lo através dos seus atos.
 

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